Eu voltei
Eu voltei agora pra ficar Porque aqui, aqui é meu lugar Eu voltei pras coisas que eu deixei. Eu voltei… (O […]
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Ser pai é o maior desafio — e a maior descoberta. Esta crônica é sobre a tentativa diária de acertar, amar e crescer junto com quem mais importa.
Pais sempre tentam se mostrar como super-heróis para seus filhos, como se nada os pudesse abalar. Você, que é pai, pode até torcer o nariz e dizer: eu não! Mas tenho certeza de que já segurou um gemido de dor, talvez depois de uma topada do dedinho, ou disse que algo já aconteceu pior quando era pequeno e que você não chorou, que aguentou como um “homem de verdade”, mesmo que tenha ficado se esguelhando como uma sorumbática galinha. E tudo bem assumir. Eu assumo com a mesma segurança que afirmo que meu pai fez isso comigo, e o pai dele com ele. É assim que fomos criados, para sermos homens, não para sermos “sacos-de-batatas”.
“Enxuga o choro e vai fazer o que tem que ser feito! Agora não adianta chorar sobre o ‘leite derramado’!”
Escutei muito essas frases na minha infância, e sou grato por cada vez que elas me foram ditas por meus pais. Foi através dessas sábias palavras que entendi como devemos lidar com a vida, como devemos evoluir e tomar os cuidados necessários para que o mesmo erro não se repita. Quando criança, os motivos para as broncas e repreensões diferem dos problemas que passamos na vida adulta, mas servem como base e exemplo sobre como agir nas mais adversas situações.
Nós, seres humanos, precisamos de regras, senão tudo vira bagunça. Além de respeitar, precisamos compreender que elas nos ensinam a crescer, a lidar com as frustrações, a aprender a escutar um não, a saber que o direito de um termina quando começa o do outro, e a entender que sempre podemos tirar ensinamentos, principalmente das situações ruins. A saber que o sol sempre irá raiar depois da chuva.
Hoje, vejo uma grande dificuldade nas novas gerações em lidar com frustrações e a aceitar que nem sempre as coisas são do jeito que imaginam, e que, num “português” claro e direto, shit happens! (merdas acontecem!). E, em alguns casos, como reagem quando são contrariados. Não só as crianças, os pais também. Lembram da menina que queria sentar na janelinha do avião, pois é? Isso me deixa preocupado. Já escutei muito dos meus e de outros pais que criamos os filhos para o mundo, não para nós (pais e mães). E, na contramão dessa intenção, sempre nos perguntamos: que mundo vamos deixar para nossos filhos? Acho que a verdadeira pergunta deveria ser:
Que filhos vamos deixar para o mundo?
Precisamos cuidar, educar, orientar, apoiar e incentivar nossos pequenos, sempre da melhor forma possível, sem exageros e na mais honesta sinceridade. Mas também precisamos repreender, corrigir e botar limites. Irá doer, magoar e nos deixar frustrados (e nem falo das crianças…), mas é a única maneira de eles (agora, sim, falo das crianças…) entenderem como é viver em sociedade.
Tenho ciência das minhas falhas e não me considero o pai perfeito, sei que tenho muito em que melhorar. Todos temos. Mas me esforço diariamente para ensinar a meu filho o que aprendi com meu pai, um alemão extrovertido e de um coração enorme: respeito, humildade e honestidade não são virtudes de um homem, são obrigações!
Não precisamos incubar nossos sentimentos, trancafiá-los no nosso íntimo e não permitir que ninguém os acesse, como grande parte da minha e das gerações anteriores foi ensinada, mas também não precisamos externar a torto e a direita tudo aquilo que sentimos. Equilíbrio, precisamos disso. Entender que às vezes só precisamos enxugar as lágrimas e seguir com a vida.
Albert Einstein disse certa vez: o valor de uma educação universitária não é aprender muitos fatos, mas treinar a mente para pensar.
Concordo em partes, mas, para mim, o treino para a mente pensar começa quando nascemos, e como primeiros professores temos nossos pais. Eles vão nos instruir e nos ajudar a moldar o nosso caráter e personalidade, e nos dar os princípios que levaremos para a vida.
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Muito bom!! É bem isso, li trechos de conversas que já tivemos e compartilhando de pensamentos parecidos. Mas não é só por isso que gostei, mas pela profundidade que você atingiu com o texto. Está entre um dos meus preferidos!
Obrigado pelo comentário, fico feliz que gostou!:-)
Meus olhos marejaram do começo ao fim da leitura, por lembrar da minha criação. E hoje como mãe, tento estender para os meus filhos. Nos dias de hoje, a luta para se dar e ter uma criação menos mimizenta é desafiadora, e a cada situação como não lembrar “que na nossa época” tudo era realmente do avesso de hoje.
Parabéns pelo texto.
Obrigado, Thais. Fico feliz que tenha gostado do texto.
Excelente texto, Caco! De fato, o mundo virtual mostra o que as pessoas querem, mas o mundo real não é feito de algoritmos… e aí as pessoas começam a não saber lidar com os desafios da vida real!
Abraço!
Olá Erhard, pois é. E no meio dessa confusão temos que achar o equilíbrio.
Fico feliz que tenha gostado do texto. Abraço
Excelente texto, Caco! De fato, o mundo virtual mostra o que as pessoas querem, mas o mundo real não é feito de algoritmos… e aí as pessoas começam a não saber lidar com os desafios da vida real!
Abraço!