Bar, doce bar
“Nem sempre o lar tem sofá e parede. Às vezes, tem balcão, cadeira bamba e alguém pra dividir a próxima rodada. […]
Leia Mais“A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena.” — Seu Madruga
Essa segunda amanheceu quente, com o céu azul e sem previsão de chuva. O cenário ideal para uma boa praia, uma cerveja gelada e muitas horas livres para escrever, de preferência embaixo de um coqueiro. Uma das vantagens de escrever, que aprendi com minha psicóloga, é que ajuda a organizar os pensamentos e com isso acabamos resolvendo alguns problemas (Às vezes surgimos com novos. Paciência). E foi justamente pensando em “clarear azideia” que nasceu o blog.
Sempre gostei de escrever, desde pequeno me arrisco nessa área. Com 9 anos, fiz minha primeira aparição em uma coletânea da escola onde estudava. Ganhei até um troféu, que não sei onde foi parar, por esse feito. Não tenho mais meu exemplar do livro e não lembro o tema, mas gostaria de ler o texto novamente. Então, se alguém tiver a edição da Academia La Salle de Letras de 1992 (ou 1993), procura meu nome aí e, por gentileza, me envie uma foto do texto. Ou, se quiser me enviar um presente, me chama no “inbox” que passo meu endereço, e você me manda o livro (não precisa nem embrulhar).
No ano seguinte, escrevi novamente, porém não tive meu texto publicado. Fui censurado pela tia Isabel, coordenadora da escola. Escrevi um conto de terror e, segundo ela, o teor do material não condizia com a minha idade (na época, tinha 10 anos). Ela até me deu uma chance de escrever um novo, mas só de sacanagem escrevi um com o título de “Se eu fosse um cachorro”. Depois dessa molecagem, nunca mais fui sequer convidado para integrar o seleto grupo de escritores da instituição. Ossos do “orifício”.
Depois desse traumático episódio, dei um tempo na escrita e outros interesses foram surgindo. Voltei a ela somente quando tinha meus 20 e poucos anos, e com outro propósito. Escrevia cartas e e-mails para a namorada da época. Cartas românticas, algumas quilométricas, normalmente me desculpando por algo e com inúmeras falsas promessas de rendição. Era a ânsia de ser aquele cafajeste romântico, aquele personagem vendido, com sucesso, por Hollywood. Mas passada essa fase da vida, novamente foi-se embora a inspiração. Dessas cartas, ainda tenho algumas e ocasionalmente leio uma ou outra. Chega a ser um falso conforto, recheado de boas lembranças de uma época da minha vida.
E hoje, com 40 anos, volto a ter um prazer/propósito em escrever. Engraçado como as coisas funcionam, como nossa vida é cíclica. Estamos horas buscando novos prazeres, atividades e emoções, e em outras buscamos o aconchego daquilo que já é conhecido, e que em muitos casos podem ser coisas simples, como uma lembrança ou sensação adormecida. E como é gostoso andar nessa roda-gigante, alternando entre novidades e nostalgias, uma hora descobrindo novos sentimentos e em outras rindo assistindo a reprises dos episódios de Chaves, relembrando uma infância feliz.
Mas fique tranquilo e não se preocupe. Não saia por aí se jogando de cabeça em novas aventuras e também não fique revirando baús e closets (suas lembranças) procurando esqueletos em armários empoeirados, na busca por algum tesouro escondido.
O tempo, já dizia Cazuza, não para. E como cantava Renato Russo, temos nosso próprio tempo. Um dia, você descobre o prazer de andar na Roda Gigante.
Se você já descobriu o prazer de andar na Roda Gigante, me conta aí nos comentários.
Mais um caco espalhado por aí…
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Caco, bom demais ver você retomando pra valer o juntar de cacos e palavras para formar novos mosaicos. É, o tempo não para ! Nem as emoções, tampouco a mente. Saudade de você.
Caco, bom demais ver você retomando pra valer o juntar de cacos e palavras para formar novos mosaicos. É, o tempo não para ! Nem as emoções, tampouco a mente. Saudade
Ainda bem que não para, né? Evoluindo sempre, Gi. Obrigado por acompanhar!