Copázio

Às vezes, o copo está vazio — não por falta do que beber, mas por não saber o que se quer. Esta crônica é sobre ausências, desejos e a arte de lidar com o que não se enxerga.

Aprendi aqui, lendo os textos do sobrinho de tio Fábio, um homem sábio do interior, que o aumentativo de copo é Copázio. Sempre achei que fosse “copão” – e a tia Lurdinha nunca conseguiu me convencer do contrário. Também aprendi, mas dessa vez com meu pai, um alemão extrovertido e de um coração enorme, que devemos manter sempre a nossa cabeça aberta a novidades e que sonhar não custa nada. Vivendo e aprendendo, certo? Que delícia essa máxima!

Essa semana quase não teve texto. Meu filho foi contaminado pelo vírus da Influenza B e, por tabela, acabei infectado. Passei uma semana – com todo respeito à família dos canídeos – do cão. Durante 2 dias, mal levantei da cama, mas sobrevivi e aqui estou. Admito que não foi a minha melhor semana, mas também não foi a pior. Me considero um otimista e sempre enxerguei meu copo meio cheio, mas hoje em dia, após ver um vídeo no Instagram, vejo-o como um copázio vazio. Um copázio com muito espaço a ser preenchido com novos conhecimentos, experiências e aventuras.

Concordam? Me conta aí nos comentários.

Quando nascemos, somos uma esponja, vamos adquirindo conhecimento sem filtros e sem limites. Até porque não podemos nos dar ao luxo de escolher o que aprender. Nossa sobrevivência depende de aprender coisas básicas como chorar, comer, falar, engatinhar e andar. Passado um tempo, depois que nossos aprendizados primários foram concluídos com sucesso, vamos criando barreiras (inconscientemente, ou não) a fim de limitar nosso aprendizado. Ou pode ser somente preguiça, comodismo. Em tempo, não estou falando sobre aprendizado acadêmico, escola, etc. Falo das lições que a vida nos ensina.

Eu mesmo, tento sempre aproveitar ao máximo as situações. Já disse aqui antes que não ligo para elogios. Quando faço algo certo não estou fazendo nada além do meu dever. Ser comprometido e dedicado hoje em dia é visto como uma qualidade, mas vejo como uma obrigação. Mas quando erro, e isso acontece bastante, fico extremamente chateado e reflito sobre como posso melhorar. Tento sempre enxergar como uma oportunidade de crescimento.

Sempre haverá espaço para melhorias, reformas, updates ou o que você achar que encaixa melhor na sua vida.

Às vezes é difícil manter esse otimismo, mas sigo esperando, firme e forte em meus ideais, por dias melhores, assim como diz aquela música da banda Jota Quest.

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