AC/DC

04 de dezembro de 2024 - Categoria: Filosofia Barata, Humor, Imaginação, Inspiração, Novidades

Imagem: Adobe Firefly

Até poderia, mas esse não é um texto falando sobre a lendária e icônica banda australiana, mesmo o assunto tendo alguma referência em relação a um fato que aconteceu com a mesma. No final dos anos 70, a banda sofreu um revés e conseguiu se reformular e estruturar de forma invejável, atingindo, no começo da década seguinte, o topo das paradas com um dos álbuns mais vendidos — mais de 50 milhões de unidades desde o seu lançamento — da história do rock. Ah, o álbum é o Back in Black. Para você que desconhece essa história, estou falando da morte do então vocalista Bon Scott. Bon faleceu devido a uma “intoxicação aguda por álcool”.
Sem meias-palavras, o cara tomou todas e morreu sufocado pelo próprio vômito. Trágico. Mas Brian Johnson assumiu o microfone, abraçou a responsabilidade de ser o frontman de uma das maiores bandas de rock do mundo e o resto é história. O AC/DC segue firme até hoje, levando milhares de fanáticos aos seus shows ao redor do globo.
Mas vamos voltar ao texto, acabei divagando e me estendendo. Faço isso quando escrevo e preciso me controlar, senão começo falando sobre A e termino falando sobre Z. Foco, foco… foco. Vamos lá.
Essa sigla é usada para muitas coisas, como identificar corrente elétrica contínua e alternada, para determinar um período (antes e depois de Cristo) e até para designar pessoas bissexuais(!). Mas consta nos anais da história que o nome da banda surgiu depois que Margaret, a caçula da família Young, leu a expressão num aparelho elétrico e sugeriu aos irmãos o nome para batizar a banda. Hoje vou dar a ela um novo significado e finalmente entrar no assunto do texto. Não se estresse, ó, querido legente, até agora o tempo não foi perdido. No mínimo, você adquiriu um pouco de cultura musical.

Já falei nesse texto aqui, brevemente, sobre o acidente automobilístico que sofri, mas acho (sempre posso estar errado…) que nunca entrei em detalhes sobre como ele mudou a minha percepção sobre a vida e os acontecimentos dela. E posso garantir que mudou bastante, a ponto de poder definir a minha trajetória neste simpático —  e que já foi mais verde — planeta, como:

Caco: Antes da Colisão / Depois da Colisão. (Um bom nome para uma autobiografia, o que acham?)

Pronto, é sobre esse AC/DC que eu estava falando! O que achou da “linkagem”? Fui muito longe? Viajei na maionese? Conta para mim nos comentários.

No meu caminho havia um poste, havia um poste em meu caminho. E esse poste me trouxe muitos momentos de reflexão sobre a volatilidade da vida. Não temos controle sobre ela. No máximo, conseguimos direcioná-la, algo que talvez se assemelhe ao ato de cercar galinha. Mas mesmo para o fazendeiro mais experiente, durante esse trabalho sempre pode aparecer um lobo e comer elas, e alterar completamente os planos que tinha para ele e as aves. O que poderia ser uma bela canja agora digere no estômago do “malfeitor” canídeo.

Porém, contudo, entretanto, todavia , o fazendeiro não pode deixar seus planos irem água abaixo. Ele não pode, por conta de um fato isolado, deixar de criar as galinhas e precisa continuar planejando as próximas canjas. O que ele precisa é criar estratégias para garantir ainda mais a segurança de suas apetitosas aves. Mesmo sabendo que um lobo solitário mais inteligente, ou até mesmo uma alcateia, possa aparecer e burlar seu novo esquema. Estão entendendo onde quero chegar?

Os planos que tinha, as projeções que fiz, foram abruptamente interrompidos por aquele poste. Por muito tempo, não me dispus a fazer planos de longo prazo, por receio e medo de que fossem novamente destruídos. E eu não poderia estar mais errado. Problemas sempre irão surgir, obstáculos sempre existirão, mas não podemos perder a nossa capacidade de sonhar, de idealizar. Temos que viver o momento, aproveitar esse presente que nos é dado cada vez que abrimos os olhos ao acordar, mas precisamos seguir sonhando e projetando sóis, castelos, luvas e guarda-chuvas, pois um dia, enfim, nossa aquarela descolorirá.

Falando em aquarela, vou deixar um trecho da música do Toquinho. Demorei a entender seu real significado, mas depois que “caiu a ficha“, ela se tornou muito mais bonita.

Aquarela

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença, muda a nossa vida
E depois convida a rir ou chorar

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
 
Mas e o revés do AC/DC, que tem a ver com o texto? Pois bem, a banda não deixou de sonhar, mesmo com a tragédia ocorrida, seguiu seus planos e produziu um dos discos mais vendidos do mundo.
No fim das contas, a vida é sobre seguir em frente. Sempre… E, parafraseando Renato Teixeira, ando devagar, porque já tive pressa… e no meu caminho havia um poste.

Mais um caco espalhado por aí…

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2 comentários

Comentários

  1. Carol disse:

    Não é só o Caco que existe AC/DC… esse acidente mudou muita pra coisa pra muita gente!! Amei o texto e é isso, vida que segue!!

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