Iorana*

Foto: Ahu Tongariki – Acervo Pessoal

Viajar sozinho é descobrir que a melhor companhia é a gente mesmo. Esta crônica é sobre liberdade, amizade e a coragem de tirar as máscaras — até diante dos Moais.

Uma das maiores aventuras na minha vida teve o seu início no dia 16 de fevereiro de 2013, mais precisamente às 6h25 da manhã. Após voltar da balada e ainda sem sono, resolvi mexer no meu Instagram – ou seria e-mail? Acho que foi o Instagram. Enquanto navegava, vi algo que me chamou a atenção. Era um anúncio de uma promoção com passagens para a Ilha de Páscoa. Não, não é a casa do coelhinho, é onde ficam essas estátuas da foto aí de cima, os moais. Conhece? 

Caso não, alguns dados sobre ela. Afinal, o Cacos do Caco também é cultura e informação: 

A Ilha de Páscoa (em castelhano: Isla de Pascua), em rapanui é denominada Rapa Nui (“Ilha Grande”), Te Pito O Te Henúa (“Umbigo Do Mundo”) e Mata Ki Te Rangi (“Olhos Fixos No Céu”) é uma ilha da Polinésia oriental, localizada no sul do Oceano Pacífico (27º 7′ latitude Sul e 109º 22′ longitude Oeste). Está situada a 3 700 km de distância da costa oeste do Chile e constitui a província chilena de Ilha de Páscoa. Sua população em 2002 era de 3.791 habitantes, 3.304 dos quais viviam na capital Hanga Roa. É famosa pelas suas enormes estátuas de pedra, os moais. Faz parte da Região de Valparaíso, pertencente ao Chile. Seus dois idiomas oficiais são o Espanhol e o Rapanui. 

Fonte: Wikipedia. 

Ela é também considerada o ponto habitado mais distante do planeta. Fica no meio do nada, literalmente. 

E é isso mesmo que você está pensando. Eu comprei, sem pestanejar, às 6h30 da manhã, após voltar da balada, passagens para o ponto habitado mais distante no planeta. Coisa de louco? Não! Coisa de bêbado? Com cerveja certeza. E detalhe, comprei só para mim, na época estava solteiro e embarquei sozinho nessa aventura. Foi a melhor coisa que fiz.

O lugar é lindo, cheio de mistérios e com um céu absurdamente estrelado. Mas passar uma semana num lugar aonde ninguém me conhecia, fazer novas amizades, entender a cultura local, tentando me comunicar, “arranhando” um “portunhol” bem do vagabundo e sem a possibilidade de voltar para casa (na época tinha somente 01 voo por semana), foi surreal. Tão surreal que fica difícil resumir todas as aventuras que vivi lá num único texto, precisaria de uma série deles. Quem sabe um dia, não é? Se minha memória permitir, e vocês quiserem, prometo que um dia penso no assunto. Me conta aí nos comentários. 

Mas se não é para falar da viagem, para que esse texto, para contar que fez uma loucura? Todos fazemos nossas loucuras, uns mais e outros menos.  

Não sei se você já teve a chance de viajar sozinho, caso, sim, você tem uma ideia do que estou falando. Caso não, faça-o quando tiver a oportunidade. Esse ato nos põe à prova, permite nos conhecer. Traz nossa confiança e resiliência à tona, nossa facilidade de adaptação. E por fim, nos dá liberdade. Liberdade para sermos nós mesmos, sem receios e pré-conceitos. Para a minha autoestima, essa viagem foi um presente, me surpreendi muito com o quão interessante posso ser. Recomendo a todos essa experiência.  

Particularmente, sou a favor dessas loucuras responsáveis, que nos tiram da zona de conforto. Se não tem vontade de viajar sozinho, não tem problema. Arrume outra maluquice. Elas nos fazem crescer, nos mostram perspectivas que, sentados no sofá de casa, nunca iríamos enxergar. Ponha-se à prova, se desafie. Você só tem a ganhar. 

Caso tenha ficado curioso sobre a minha viagem e quiser ver umas fotos, vou deixar o link para minha página no Flickr. Clique e confira! 

CACO EM RAPA NUI!  

* IORANA é uma saudação comum, utilizada pelos nativos da Ilha. De origem Rapa Nui, significa “olá” ou “bem-vindo”. 

Mais um caco espalhado por aí…

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Posso contar com você? #espalhandooscacos

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