Bateu asas e voou, voou, voou…
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“Alô, alô, Realengo! Aquele abraço!” – Gilberto Gil
Em novembro de 2023, fui enfim conhecer a capital fluminense, a cidade do Rio de Janeiro. O estado não me era estranho, já havia passeado pelas bandas de Paraty, Búzios e Arraial do Cabo. Mas estar na terra do Maracanã, de Tom e Vinicius, Cartola e Jorge Ben, sentir a brisa do mar em Copacabana, passear pelo calçadão de Ipanema e desfrutar das areias escaldantes do Leblon foi a primeira vez. O mérito dessa proeza cabe à minha esposa, pois apesar de não ter nada contra, nunca tive nada a favor do Rio. Não estava na minha lista dos lugares que gostaria de conhecer antes de morrer. Peguei algumas dicas com meu amigo, e carioca da gema, Italo e partimos. Medos e receios à parte, a viagem foi boa. Fomos numa turma de 03 casais e a parada foi iraaada, merrrmão.
Chegamos à Cidade Maravilhosa pela Linha Vermelha, até aí tudo certo. O caminho não é dos mais bonitos, mesmo tendo alguns bons momentos, quando se pode ver a Igreja da Penha, isolada em cima de um morro. Nela também já é possível avistar o Cristo Redentor. Apesar de a Linha ser rodeada por cerca de 18 favelas, passamos ilesos a qualquer tipo de violência, apenas um grande fluxo de carros, coisa de cidade grande. Como comitê de boas-vindas, fomos parados numa blitz (podia, mas não era a banda) a cerca de 1 minuto do nosso destino. A princípio ríspido, depois que descemos do carro e nos identificamos como turistas, o policial foi super gente boa e educado. Imagina a situação dele, sai todo dia sem saber se vai voltar vivo para casa, não dá para esperar que ele aborde os passantes com flores, sorrisos e chocolates, certo?
Eu e a turma nos hospedamos num apartamento em Copacabana, num prédio antigo, mas conservado. Aliás, a arquitetura dos prédios de Copacabana me agradou bastante, as ruas arborizadas também. Me lembrou o bairro Ciudad Vieja, mais especificamente a Calle San Jose, lá de Montevidéu. Fiquei com vontade de visitar novamente o Uruguai. Estávamos a 2 quarteirões de distância da praia e na porta de entrada dos morros Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, o famoso PPG. Não que isso fosse um problema, muito pelo contrário, tínhamos policiais 24h na frente do prédio e, a meu ver, em se tratando do Rio de Janeiro, isso é uma vantagem.
Numa das manhãs, fizemos um tour guiado. Fomos aos Arcos da Lapa, à Escadaria Selarón (essa da foto do começo do texto), ao Cristo Redentor, ao mirante Dona Marta e ao Parque Lage. Desses locais, o que mais gostei foi a escadaria, achei fascinante a iniciativa do artista e o conceito da obra. O mundo precisa de mais pessoas como ele. Nos Arcos da Lapa, não vi muita graça, apesar da história ser interessante. Parque Lage até me animei quando cheguei, mas depois que descobri que o casarão, com arquitetura colonial, foi erguido na década de 50, minha empolgação caiu por terra. O prédio é interessante, poderia ser mais bem cuidado e o café da manhã que tomamos lá estava muito gostoso.
Enquanto estava no Cristo e no Mirante, me lembrei de um espetáculo encenado pelos cariocas Leandro Hassum e Marcius Melhem, o Nóis na Fita. Eles fazem uma piada sobre pessoas que escalam o Everest (Se não viu, procure no YouTube. Vale a pena). São aventuras completamente diferentes, mas depois que se chega nos dois lugares, você olha para baixo e… desce. E no Rio não se sente nem um barato, pois o ar não é rarefeito, diferente do Everest.
Nesse dia, após o tour, fomos até Ipanema, firmamos acampamento em um dos postos e ficamos à tarde por lá, apreciando a brisa e o sol. A água estava congelante, o que não me animou a adentrar no mar carioca.
Fomos também conhecer a praia da Reserva. No caminho, passamos pela Barra (lugar de ostentação e rachas, segundo o motorista do Uber), e da praia mesmo não vi nem a areia. Assentamos num quiosque, na calçada, e ficamos por lá. Nesse dia, enfiamos o pé na Jaca, entornamos várias cervejas e vários shots de Porradinha (Tequila com Sprite). Além do ótimo atendimento (um salve para o garçom Rodrigo), as porções eram muito bem servidas e havia música ao vivo. Saindo de lá, sãos e sóbrios (atenção: contém ironia!), comemos um espetinho em algum lugar que é claro que não me lembro o nome, mas era uma rua bem movimentada, com vários restaurantes e bares.
Outro fato que não pode ser ignorado, e que sem dúvidas deixou a viagem mais animada e divertida, foi que no período em que estávamos lá foi disputada a final da Copa Libertadores da América, com o Fluminense vencendo o time argentino Boca Juniors. A cidade estava repleta de argentinos e, ouso dizer, baseado no que vi, que eles são muito mais apaixonados por futebol do que nós, brasileiros. Era bonito ver a alegria deles antes do jogo, mas confesso que foi triste ver alguns deles chorando no bar após a derrota para o tricolor carioca.
Para finalizar a viagem e comemorar o aniversário da minha esposa, almoçamos em uma churrascaria com uma vista espetacular para outro cartão postal do Rio, o Pão de Açúcar.
O Rio de Janeiro continua lindo? Sim. Confesso que alguns pontos me incomodaram, como, por exemplo, a proximidade aos morros e a quantidade de andarilhos e mendigos na rua. Além do cheiro ruim, principalmente quando chove. Eu sei, o Rio é uma cidade grande e isso está incluso nos defeitos de qualquer metrópole. Sou da opinião que os órgãos responsáveis deveriam dar mais atenção a isso, principalmente pelo turismo ser um grande gerador de receita para a capital. Num país desenvolvido, com certeza o cenário seria outro, porém estamos no Brasil. Mas, nos quesitos paisagens naturais, gastronômico e de entretenimento, com certeza a nota é 10!
Espero que tenham gostado e para aqueles que torceram o nariz a alguns comentários, esse é um relato da MINHA viagem, baseado nas MINHAS experiências. Somos todos indivíduos e nossos gostos são INDIVIDUAIS! O que é bom para mim pode não ser para você, e vice-versa, ok? Voltaria para lá? Não sei. Me diverti? Sim!
E você, já foi para lá? Como foi, o que mais gostou?
Mais um caco espalhado por aí…
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