Boicote
“Às vezes, o golpe que mais dói é o que a gente mesmo aplica. Este bate-papo é sobre as armadilhas que […]
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“Às vezes, o golpe que mais dói é o que a gente mesmo aplica. Este bate-papo é sobre as armadilhas que criamos — e a força necessária para desarmá-las.”
– E aí, beleza?
– Opa, e você?
– Tudo certo também. Tava pensando em uma coisa que você me disse um dia desses.
– Ah, é? O quê?
– Aquele lance de não dar muita bola para a opinião dos outros.
– Hum… O que você pensou?
– Não sei ao certo. É difícil simplesmente ignorar a opinião alheia. Parece que desde pequenos somos condicionados a escutar, aceitar e agir de acordo com isso.
– Concordo.
– Então, isso acaba tornando muito mais difícil o ato de abstrair o que as pessoas pensam ou esperam de você.
– Eu sei, mas tem hora que precisamos fazer isso, se quisermos seguir em frente. Se você tem uma ideia e realmente acredita nisso, você não pode deixar que alguém te desanime dizendo que ela é maluca, que não irá dar certo, ou qualquer outra coisa do gênero.
– Para isso, não faltam pessoas, não é?
– Não mesmo, o que mais tem por aí é gente querendo fazer você desistir dos seus sonhos e vontades.
– Infelizmente. Mas isso me levou a enxergar de uma forma diferente algumas coisas.
– Tipo…
– Existem muitas pessoas querendo fazer os outros desistirem de seus sonhos, isso é verdade, fato. Mas existe algo que pode ser muito pior que essas pessoas.
– Estou ouvindo.
– Nós mesmos.
– Tá louco?! Como nós mesmos podemos ser piores que os outros?
– Hum… é um pouco complicado.
– Me explica essa história direito.
– É um autoboicote do nosso inconsciente.
– Português, fera. Português!
– Por causa dessa história toda de crescermos ouvindo e seguindo a opinião alheia, nosso cérebro cria padrões para tornar o nosso dia-a-dia mais fácil. Por exemplo, preste atenção no modo como você se ensaboa durante o banho. Aposto que você faz os mesmos movimentos diariamente e nunca se deu conta.
– Nunca reparei, mas vou observar.
– O exemplo é do banho, mas serve para tudo. Modo de andar, vestir, falar, etc. Se você tentar mudar essa rotina, no começo será um pouco complicado, mas depois acaba fazendo normalmente. Acho que nosso inconsciente faz isso com tudo que foge dos padrões pré-estabelecidos. É como se a cada nova ideia maluca ele emitisse um grande e sonoro: ISSO NÃO VAI DAR CERTO!. E numa dessas a gente acaba desanimando, sem nem pedir a opinião de alguém.
– Hum…
– E aí, teoria mucho louca ou não?
– Louca pra cacete, mas…
– Se pensarmos bem, pode fazer sentido, né… Depois disso, fiquei pensando em quantas vezes pensei em algo e desisti antes que qualquer um ficasse sabendo.
– É… Ao mesmo tempo que somos nosso maior aliado, podemos ser nosso maior inimigo.
– Sim, e mesmo quando o mundo inteiro parecer estar contra nós, é preciso saber se estamos a favor de nós mesmos. Saber isso pode, ou não, tornar as coisas mais fáceis.
– Tá dizendo que é mais fácil vencer os outros do que nós mesmos?
– Não sei se é isso, mas se estivermos confiantes daquilo que queremos, fica mais fácil convencer os outros de que uma ideia é boa, não acha?
– Pode até ser, mas agora preciso ir, vamos combinar de tomar uma um dia desses e aí a gente termina a conversa, fechado?
– Fechado, brou. Té mais.
– Até.
Mais um caco espalhado por aí…
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