T.D.A.H.S.
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“Chegar aos 40 é como folhear um álbum de fotos esquecido: tem riso, tem lágrima, tem páginas amareladas e outras ainda em branco. Entre memórias que aquecem o peito e perguntas que insistem em ficar, nasce um novo olhar sobre o tempo — mais sereno, mais sincero, mais nosso. Esse texto é uma conversa comigo mesmo… e talvez com você também.”
Depois de um período quarentenado devido à pandemia da COVID-19, esse ano eu quarentei em aniversários e em verões – nasci em janeiro, no verão, época mais quente e chuvosa do ano! Talvez explique o porquê do gosto por dias chuvosos, ou não. Nunca me considerei um entusiasta dos meus aniversários, não pelo avanço da idade – uma ótima razão para se comemorar -, mas a festividade associada não é algo que me fascina. Confesso que durante meus 20 e poucos anos adorava, pois era uma ótima desculpa para uma boa festa – mas também, com 20 e poucos anos, o que não é motivo para comemorar, concorda? Mas chega de divagar e ir devagar, vamos logo ao que interessa.
Sempre escutei falar sobre a crise da meia-idade, mas nunca me imaginei passando, ou vivendo, por ela. Já assistiu ao filme Beleza Americana? Caso não, recomendo você a assistir (não pela crise, talvez um pouco, mas porque é um excelente filme). Caso, sim, veja novamente, porque é mesmo um excelente filme. Nele, o personagem principal, um homem casado que vive uma crise de meia-idade, larga o emprego e começa a agir de forma irresponsável tentando de algumas maneiras resgatar seus tempos de juventude, como, por exemplo, fumando maconha, comprando o carro que na época sempre teve vontade de ter e não tinha condições, sair com a garota mais popular da escola – no caso a melhor amiga da filha! – e outras coisas mais que não vou contar pra não dar spoiler.
“Ok, mas e você, está gastando seu tempo e dinheiro tentando reviver antigas emoções e vontades?” Deve estar se questionando, você leitor, o qual eu prontamente respondo: não, não estou. E é justamente essa a minha crise. Sempre fiz tudo o que queria ou tivesse vontade, agindo até de forma egoísta em alguns momentos. Conhece a música Decadence Avec Elegance do decano do rock brasileiro, Lobão? (Letra e música tratorizantes, se não escutou, recomendo fortemente).
Tem um trecho em que ele diz que é melhor viver 10 anos a mil do que mil anos a 10. E foi isso que fiz, vivi 10 anos – um pouquinho mais até – a mil, agindo como se o mundo fosse acabar, não medindo esforços para satisfazer todos os meus desejos e vontades, mas o correio não deve ter entregado meu roteiro a Deus e o mundo não acabou. Mas aparentemente, meus desejos, anseios, vontades e loucuras, sim.
Fiz muitas loucuras, fiz tatuagens, viajei sozinho, tive grandes amores, fiz faculdade (comecei 4 e terminei 1), me casei, tive filho, me divorciei, casei-me novamente, sofri um grave acidente que me deixou entre vida e a morte, conheci outros países, conheci outras culturas, aprendi a tocar um instrumento musical e me aventurei tentando aprender outros, aprendi outro idioma, aprendi a fotografar, experimentei drogas, me embebedei, tive gatos, cachorros, coelhos, tartarugas, papagaio… Ufa. Me cansei só de lembrar e tenho certeza de que, se me esforçar, mais momentos virão à tona, ou não. Momentos esses que me ajudaram a saciar todos os meus desejos, anseios, vontades e loucuras.
E agora? Agora me vejo perdido, sem saber pra onde ir. Será essa a famosa crise da meia-idade? Estatisticamente falando, tenho pelo menos mais 40 anos de vida pela frente, e o que vou fazer enquanto aguardo o meu próximo (lembra que mencionei o acidente, pois é, foi o primeiro), e talvez definitivo, encontro com a morte? Não tenho a menor ideia. Você que está lendo, já passou por isso? Está se sentindo assim nesse momento? Antes que você me julgue, amo minha vida, não tenho tendências suicidas e quero muito conhecer meus netos. Apenas sinto uma certa dificuldade em sonhar e encontrar desafios que me ponham à prova, que me façam sentir o mesmo torpor da mocidade, que me façam sentir na pele a beleza americana.
Aceito sugestões.
N.E.: esse texto foi escrito em julho de 2023. Desde então retomei esse hábito adormecido, a escrita, e escrevo pelo menos 1 texto por semana, o que acabou resultando na criação desse blog.
Mais um caco espalhado por aí…
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Posso contar com você? #espalhandooscacos
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Tô beirando os 40, mas confesso que me aventurei muito tb, e não me arrependo de nada q fiz, graças a Deus o freio veio na hora certa rs 🙏🏼
Sempre vem Dani, tudo tem sua hora! Obrigado por acompanhar o blog!
Me sinto assim e nem 40 tenho, as aventuras vividas, erros e acertos são reflexo do que nos tornamos hoje, vale muito a pena viver intensamente.
ô se vale, só não podemos deixar a chama se apagar, devemos sempre ir alimentando ela sempre com novos desafios!